quarta-feira, 5 de agosto de 2015

nada perto de tudo

Me lembro que, quando eu era criança, adorava CDS de piadas, revistas e programas de humor, mas o stand up não estava por aí. Meu pai me dizia que, quando eu tivesse idade pra poder entrar, ele me traria pra cidade grande pra irmos em um bar de comédia vermos o caras contarem piadas. Na verdade, não era só a idade que me impedia de assistir um show de comédia stand up em um bar. Outra coisa que me impedia de fazer isso, é que esses shows só existiam nos filmes americanos.

O Diogo Portugal fazia jingles pra propagandas, o Rafinha jogava basquete nos Estados Unidos e o Danilo pregava em igrejas. Hoje são três das maiores referências do stand up comedy no Brasil.
Quando vi pela primeira vez os vídeos do Rafinha e do Danilo, eu tinha uns 13 anos e já pirei em fazer aquilo. Com eles, essa descoberta já aconteceu na fase adulta.

Caras que, com a idade que tenho hoje, não faziam a menor ideia de que podiam fazer o que já venho acompanhando a mais de 7 ou 8 anos.

É interessante pensar que, depois da minha geração, a próxima já não vai "descobrir" o stand up comedy, porque quando começaram a conhecer as coisas, ele já estava lá na internet, nos bares, teatros e televisão.

Hoje em dia, um menino de 10 anos pode sonhar em ser comediante stand up antes de tudo. Pode ser o primeiro sonho dele, como muitos sonham em ser jogadores de futebol ou vocalistas de bandas de rock n' roll.

Não só estou vendo a história do stand up comedy no Brasil ser escrita, como também faço parte dela e ela da minha.

É estranho imaginar que muita coisa aconteceu nesse pouco tempo e nada perto de tudo que ainda vai acontecer.

Que venham mais shows vazios e lotados. Que venham mais piadas boas e ruins pra mim e pra todos os outros comediantes. Inclusive pros que tem 10 anos de idade e ainda nem sabem que serão.


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